sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ernesto Rodrigues: 40 anos de vida literária

Culminam em 13 de Dezembro, no Centro Cultural Adriano Moreira, em Bragança, os 40 anos de vida literária de Ernesto Rodrigues (1956), cujo primeiro evento foi o lançamento simultâneo de A Casa de Bragança, romance, e Do Movimento Operário e Outras Viagens, poesia (2013).
Iniciativa do município de Bragança e da Academia de Letras de Trás-os-Montes, intervirão os respectivos presidentes, Hernâni Dias e Amadeu Ferreira, bem como José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores, e José Eduardo Franco, director do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa, versando obra já vasta.
Mesa-redonda ‒ participada por Teresa Martins Marques, José Mário Leite, Neto Jacob, Hirondino Fernandes, António Pinelo Tiza, Alberto Fernandes, Teófilo Valdemar, Mara Cepeda, Marcolino Cepeda ‒ precede o lançamento do seu quinto romance, Passos Perdidos (Âncora Editora), sobre o discurso e jogos parlamentares.
Segue-se apresentação de documentário do realizador Leonel Brito, com depoimentos de Alcides Rodrigues, Amadeu Ferreira, António Jorge Nunes, Carlos Pires, Desidério Martins, Frei Henrique Perdigão, Hirondino Fernandes, José-Augusto França, José Manuel Mendes, José Mário Leite, Neto Jacob, Teresa Martins Marques, sobre o poeta estreado em 1973, ficcionista, cronista, crítico, ensaísta, editor literário, tradutor e docente na Faculdade de Letras de Lisboa, cuja bibliografia ficará exposta na Biblioteca Municipal, a par de fotografias confrontando a cidade dos anos 60-70 e 2014.

Passos Perdidos: sinopse

Um banco de investimento quer vender projecto de lei a deputado democrata-cristão há 40 anos sem intervenção no plenário da Assembleia da República. Quem é João Félix Filostrato? a que se deve esse silêncio?
No quadro de iniciativa mediada pela assessora do grupo parlamentar, Salomé, que promove encontro com o economista-chefe João Félix Exposto, Nádia e o estagiário João Félix, também narrador, sobressai a jornalista Joana, por quem passa a história do eleito e a solução de alguns enigmas. Na sombra, emerge deputada da oposição, cuja biografia se cruza com a deste. Como se organiza a queda de um anjo? Entre comportamentos oblíquos e identidades sempre esquivas, um deputado-borboleta da extrema-esquerda torna-se vítima de predadoras­ e perdedoras, que visam vingança em várias frentes.
Quase dois séculos de regime parlamentar e discursos inócuos ou repetitivos reflectem outros tantos passos perdidos que a Constituição de 1975 e legislaturas fracas não transformaram. Reflexão sobre a democracia em semana pascal, esta fábula política é salva, no final, por um bem enredado discurso amoroso.   

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