Entre
1989 e 2000, linguistas e professores destacados das suas escolas trabalharam
no Dicionário da Língua Portuguesa
Contemporânea, coordenado pelo Instituto de Lexicologia e Lexicografia da
Academia das Ciências; de facto, pelo seu presidente, João Malaca Casteleiro.
Com 2 volumes editados pela Verbo, em 2001, apresenta-se como «uma realização
da Academia das Ciências de Lisboa e da Fundação Calouste Gulbenkian». Assentou
na generosidade desta, por interposto presidente da Academia das Ciências, José
Vitorino de Pina Martins, a edição do que poderia ter sido obra séria, mas não
foi.
Em
2002-2003, João Malaca Casteleiro demora menos tempo a adaptar ao português
europeu o Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa (Editora Objetiva / Instituto Houaiss, 2001), cujos seis volumes
do Círculo de Leitores logo se traduzem em três volumes na Temas & Debates.
Antônio Houaiss e Casteleiro dinamizavam, desde 1986, um projecto de acordo
ortográfico. Mas o Houaiss português em nada se acorda, ainda. Pesado nas mãos e na bolsa, é um bom dicionário, embora nem
sempre conseguido na variedade europeia.
No
mesmo Círculo de Leitores, vemos agora anunciado o 1.º volume de um Dicionário Português Atual Houaiss. O título não parece correcto, mau grado aquele
atual, que identifica título de
Casteleiro − Atual: O Novo Acordo
Ortográfico (Texto, 2007) –, concorrenciado, é certo, por outros defensores
deste baixo comércio. Nada disto deve agradar aos que, em poucos anos, são
convidados a deitar fora estantes de dicionários, vocabulários, guias e
prontuários.
A
verdade é que os armazéns das editoras são um peso indisfarçável, resolvido com
queimas e guilhotina de livros. Fica o negócio equilibrado, se vingarem os
critérios a-científicos dos politicóides (termo ausente do DCLP, mas não da velha 5.ª ed. do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora) da língua.
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